COLUNISTAS

Autor: Ozeni Ramos

Medo A Sutil Opressão

27/8/2017 - Votorantim - SP

A palavra medo indica que o indivíduo sente-se ameaçado por algo que ele acredita ser perigoso, isso pode vir de sua imaginação, ser algo real ou apenas uma suposição.

Para algumas pessoas medo é sinônimo de transtorno do pânico, mas, não é apenas quando a síndrome do pânico acorre que teremos a sensação de medo.

O medo atua invisivelmente nos atos e sensações das pessoas, é astuto e quando chega a um grau máximo já se tornou patológico e traz consigo outras consequências.

É importante conhecer alguns mecanismos que não são notados no cotidiano, eles são ameaças ocultas, que com o passar do tempo podem causar danos que levam a uma “rua sem saída”.

São inúmeras as sensações que são classificadas como medo, vamos falar das três mais comuns e que englobam outras características: o medo da opinião alheia, o medo de ficar só, e o medo do futuro.     

Observe que na consciência das pessoas esses medos são tão ocultos e sutis que nem chegam a ser verbalizados, eles ficam no porão da mente, e na porta do porão está escrito – Não se atreva a entrar!

Grande parte das pessoas tem pelo menos uma dessas sensações de medo, em maior ou menor grau.  Além disto, quem sente a sensação de medo geralmente pensa que não é medo, em sua mente aquilo pode se qualquer coisa, exceto medo.

Medo da Opinião Alheia

Essa sensação é ardilosa, pois, não é muito perceptível, é preciso um pouco de atenção ao próprio comportamento para reconhecer, ela também envolve valores pessoais e éticos.

Geralmente esse tipo de medo é a forma que a pessoa encontra de prevenir uma hipótese formulada por ela mesma, na verdade é apenas um comportamento repetitivo. Vamos aos exemplos:

•   Buscar elogios constantemente
•   Mágoa ao receber qualquer tipo de crítica
•   O hábito da comparação (sobre si versus os outros)
•   Medo de situações de exposição verbal ou corporal
•   Monitoramento do próprio comportamento de forma ininterrupta
•   Frequente enrijecimento dos movimentos corporais e vocais frente a uma situação ou pessoa desconhecida
•   Sensação de culpa quando não tem vontade de participar de algo que  julga ser socialmente correto
•   O hábito de dar longas explicações sobre seus problemas, comportamentos ou atos as pessoas
•   O hábito de buscar primeiro a opinião dos outros sempre que precisa tomar decisões
•   O hábito de querer agradar a todos, a todo o momento

São inúmeros os exemplos, mas, basicamente o ponto chave nesse tipo de medo é a falta de autonomia, todos esses exemplos envolvem outras pessoas.

Nesse caso o indivíduo busca inconscientemente uma base para sentir segurança, em sua visão esta segurança precisa vir de outra pessoa menos dele. Ao acreditar ser incompleto e frágil, a busca por aprovação se torna desmedida.

A melhoria dessa situação pode ser alcançada com algumas estratégias, fazer alguma atividade que traga muita satisfação, e que lhe dê um sentido de eficácia, de preferência sozinho, pode ser algo simples, um hobby, cada um deve encontrar essa atividade por si só.

Assim como, prestar atenção às sensações corporais elas dizem muito sobre o que estamos realmente sentindo, além de refletirem o ambiente em que estamos.